“a
psiquiatria não é um empreendimento médico, mas um empreendimento moral e
político”. (SZASZ, 1974: 9)
“O que eles fazem é tão
simplesmente comunicar-se com outras pessoas (frequentemente chamadas de
“pacientes”) através da linguagem, de sinais não verbais e códigos” (SZASZ,
1974: 19)
“a iniciativa de inventar doenças
mentais, sem a restrição de critérios fixos ou a exigência de evidência
empírica, resulta na conclusão de que qualquer fenômeno estudado pelo
observador possa ser definido como uma doença”. (SZASZ: 1974, pág. 28)
“Na
realidade, rotular os indivíduos que se sobressaem, ou que são incapacitados
por problemas da vida, de “doentes mentais” apenas impediu e retardou o
reconhecimento da natureza política e moral dos fenômenos para os quais se
dirigem os psiquiatras.” (SZASZ, 1974: 38)
“O fato
de a energia atômica ser usada na guerra não faz dos conflitos internacionais
um problema da física; do mesmo modo, o fato de o cérebro ser usado no comportamento
humano não faz com que os conflitos morais e pessoais sejam problemas da
medicina.” (SZASZ, 1974: 39)
“o poder
e o prestígio dos psiquiatras têm sido inflados pela definição cada vez maior
dos fenômenos como pertencentes ao campo de ação de sua disciplina”. (SZASZ,
1974: 51)
“(...) a
afluência econômica crescente também serve para estimular a demanda de serviços
terapêuticos. Tão logo as pessoas têm mais dinheiro do que necessitam, sejam
quais forem as necessidades de vida que considerem, elas esperam através dele
serem mais felizes. E, visto que a maioria das pessoas ainda assim não
conseguirá ser feliz, algumas delas utilizarão parte de seu dinheiro buscando a
felicidade através da psicoterapia. Desse ponto de vista, a função social da
psicoterapia é semelhante não apenas à função da religião, como também à do
álcool, do tabaco, dos cosméticos e das diversas atividades recreativas.” (SZASZ, 1974: 67-68)
“é
evidente que qualquer coisa que afete um extenso número de pessoas, e sobre a
qual o governo ou o Estado tenham autoridade, pode ser usada como uma forma de
controle social”. (SZASZ, 1974: 75)
“Devemos admitir que as
mulheres não tem muito senso de justiça, e que sem dúvida isso está ligado à
preponderância da inveja em sua vida mental; pois as exigências da justiça são
uma modificação da inveja, estabelecendo as condições sob as quais desejamos
afastar-nos dela. Também dizemos das mulheres que seus interesses sociais são
mais fracos que os dos homens, e que sua capacidade de sublimar os instintos é
menor.” (FREUD apud SZASZ 1974:
181)
“É fácil, obviamente, sermos
céticos em relação a uma crença que não existe atualmente – mas não em relação
a uma crença que ainda existe. Eis porque os intelectuais contemporâneos acham
tão fácil zombar da religião e da bruxaria e tão difícil zombar da medicina e
da doença mental. A sugestão de olhar a heresia como um outro modo de viver
teria parecido absurda, ou mais do que absurda, na Idade Média. Atualmente, a
sugestão de olhar a doença mental simplesmente como um outro modo de viver
parece igualmente absurda, ou mais do que isso.” (SZASZ, 1974:188)
“estritamente falando, a doença ou
a enfermidade só podem afetar o corpo; portanto não pode haver nenhuma doença
mental”. (SZASZ: 1974, pág. 251)
“Obviamente, as pessoas podem mudar
seu comportamento ou personalidade, com ou sem intervenção psiquiátrica. Tal
intervenção é atualmente chamada de “tratamento”, e a mudança, quando se dá num
sentido aprovado pela sociedade, é chamada de “recuperação” ou “cura”.” (SZASZ,
1974: 251)
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