segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O MITO DA DOENÇA MENTAL – 1961

a psiquiatria não é um empreendimento médico, mas um empreendimento moral e político”. (SZASZ, 1974: 9)

O que eles fazem é tão simplesmente comunicar-se com outras pessoas (frequentemente chamadas de “pacientes”) através da linguagem, de sinais não verbais e códigos” (SZASZ, 1974: 19)

a iniciativa de inventar doenças mentais, sem a restrição de critérios fixos ou a exigência de evidência empírica, resulta na conclusão de que qualquer fenômeno estudado pelo observador possa ser definido como uma doença”. (SZASZ: 1974, pág. 28)

“Na realidade, rotular os indivíduos que se sobressaem, ou que são incapacitados por problemas da vida, de “doentes mentais” apenas impediu e retardou o reconhecimento da natureza política e moral dos fenômenos para os quais se dirigem os psiquiatras.” (SZASZ, 1974: 38)

“O fato de a energia atômica ser usada na guerra não faz dos conflitos internacionais um problema da física; do mesmo modo, o fato de o cérebro ser usado no comportamento humano não faz com que os conflitos morais e pessoais sejam problemas da medicina.” (SZASZ, 1974: 39)
o poder e o prestígio dos psiquiatras têm sido inflados pela definição cada vez maior dos fenômenos como pertencentes ao campo de ação de sua disciplina”. (SZASZ, 1974: 51)

“(...) a afluência econômica crescente também serve para estimular a demanda de serviços terapêuticos. Tão logo as pessoas têm mais dinheiro do que necessitam, sejam quais forem as necessidades de vida que considerem, elas esperam através dele serem mais felizes. E, visto que a maioria das pessoas ainda assim não conseguirá ser feliz, algumas delas utilizarão parte de seu dinheiro buscando a felicidade através da psicoterapia. Desse ponto de vista, a função social da psicoterapia é semelhante não apenas à função da religião, como também à do álcool, do tabaco, dos cosméticos e das diversas atividades recreativas.” (SZASZ, 1974: 67-68)

é evidente que qualquer coisa que afete um extenso número de pessoas, e sobre a qual o governo ou o Estado tenham autoridade, pode ser usada como uma forma de controle social”. (SZASZ, 1974: 75)

“Devemos admitir que as mulheres não tem muito senso de justiça, e que sem dúvida isso está ligado à preponderância da inveja em sua vida mental; pois as exigências da justiça são uma modificação da inveja, estabelecendo as condições sob as quais desejamos afastar-nos dela. Também dizemos das mulheres que seus interesses sociais são mais fracos que os dos homens, e que sua capacidade de sublimar os instintos é menor.” (FREUD apud SZASZ 1974: 181)

“É fácil, obviamente, sermos céticos em relação a uma crença que não existe atualmente – mas não em relação a uma crença que ainda existe. Eis porque os intelectuais contemporâneos acham tão fácil zombar da religião e da bruxaria e tão difícil zombar da medicina e da doença mental. A sugestão de olhar a heresia como um outro modo de viver teria parecido absurda, ou mais do que absurda, na Idade Média. Atualmente, a sugestão de olhar a doença mental simplesmente como um outro modo de viver parece igualmente absurda, ou mais do que isso.” (SZASZ, 1974:188)

estritamente falando, a doença ou a enfermidade só podem afetar o corpo; portanto não pode haver nenhuma doença mental”. (SZASZ: 1974, pág. 251)


“Obviamente, as pessoas podem mudar seu comportamento ou personalidade, com ou sem intervenção psiquiátrica. Tal intervenção é atualmente chamada de “tratamento”, e a mudança, quando se dá num sentido aprovado pela sociedade, é chamada de “recuperação” ou “cura”.” (SZASZ, 1974: 251)

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